12/08/2007

" Conhecei de tudo, e guardai o que é bom!"

Palavras resumidas em verdades instantâneas do meu momento:

SEMPRE é preciso saber quando uma etapa chega ao final...

Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver.

Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos.
Não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos da vida que já se acabaram.

Foi despedida do trabalho?
Terminou uma relação?
Deixou a casa dos pais?
Partiu para viver em outro país?
A amizade tão longamente cultivada desapareceu sem explicações?

Você pode passar muito tempo se perguntando por que isso aconteceu.

Pode dizer para si mesma que não dará mais um passo, enquanto não entender as razões que levaram certas coisas, que eram tão importantes e sólidas em sua vida, serem subitamente transformadas em pó.

Mas tal atitude será um desgaste imenso para todos:
seus pais,
seu marido ou sua esposa,
seus amigos,
seus filhos,
sua irmã,
todos estarão encerrando capítulos, virando a folha, seguindo adiante, e todos sofrerão ao ver que você está parado.

Ninguém pode estar ao mesmo tempo no presente e no passado, nem mesmo quando tentamos entender as coisas que acontecem conosco.

O que passou não voltará: não podemos ser eternamente meninos, adolescentes tardios, filhos que se sentem culpados ou rancorosos com os pais, amantes que revivem noite e dia uma ligação, com quem já foi embora e não tem a menor intenção de voltar.

As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam ir embora.

Por isso é tão importante [por mais doloroso que seja!] destruir recordações, mudar de casa, dar muitas coisas para orfanatos, vender ou doar os livros que tem.

Tudo neste mundo visível é uma manifestação do mundo invisível, do que está acontecendo em nosso coração, e o desfazer-se de certas lembranças, significa também abrir espaço para que outras tomem o seu lugar.

Deixar ir embora. Soltar. Desprender-se.

Ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas, portanto às vezes ganhamos, e às vezes perdemos.

Não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam seu amor.

Pare de ligar sua televisão emocional e assistir sempre ao mesmo programa, que mostra como você sofreu com determinada perda: isso o estará apenas envenenando, e nada mais.

Não há nada mais perigoso que rompimentos amorosos que não são aceitos, promessas de emprego que não têm data marcada para começar, decisões que sempre são adiadas em nome do "momento ideal".

Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que passou, jamais voltará.

Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo, sem aquela pessoa - nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade.

Pode parecer óbvio, pode mesmo ser difícil, mas é muito importante!
Encerrando ciclos, não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida.

Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é.

Torna-te uma pessoa melhor e assegura-te de que sabes bem quem és, antes de conheceres alguém e de esperares que ele veja quem tu és...

E lembra-te:

"Tudo o que chega, chega sempre por alguma razão."
[Fernando Pessoa]

11/02/2007

O início, uma escolha: independente de razões

Falar sobre o amor de forma concreta talvez seja o maior erro do ser. Como sempre falo, não existem formas de amar. Ele é único e indivisível. Não está condicionado a outras formas de expressão. Usando o chavão: quem ama quer bem! E só, nada mais.

Talvez seja uma simplificação da subjetividade do sentir. É importante falar que não quero impor uma idéia. Minha vontade é de expressar, dentro da minha mínima compreensão, o que penso.

Esse post é inspirado num que eu encontrei no blog da Foxy Lady. Nele, o texto discute o amor inserido na relação. O retorno: “Nunca o amor ofereceu uma calorosa passagem de volta. Retorno totalmente feliz”.

O que posso dizer é que não existe início, nem recomeço sem vontade de estar bem e querer crescer junto. Também acho que não existem fórmulas e experiências repetidas. Nem mesmo a sua. Porque sempre temos a oportunidade de um novo começo. É importante se permitir e permitir aos outros.

O caminho sem dúvida é buscar a si.

Khalil Gibran, no Profeta, expressou um pouco do amor:

“Da mesma forma que o amor vos coroa, ele vos crucifica...”
. “... E assim como ele existe para vos fazer crescer, também, vos poda...”.
“Mas, se em vosso temor buscardes somente a paz do amor e o deleite do amor, então, seria melhor que cobrísseis a vossa nudez e passásseis ao largo da eira do amor, para entrar em um mundo monótono, onde riríeis, mas não todo o vosso riso, e choraríeis, mas não todas as vossas lágrimas...”.

10/07/2007

Caminhos

Chegará o momento em que os caminhos serão claros e quem sabe menos óbvios. Onde a certeza reforçara o talvez. E quando chegar essa hora, os sonhos não precisaram existir, porque o Todo se fará presente nas mentes conscientes. Refletir!

Pax

Senhor,

‘Quando Te pedimos paz,
devolve-nos o pedido,
que é fácil pedir sem dar...

Ensina-nos a passar
da tolerância ao Amor,
de sermos notas dispersas
a sermos uma canção.

Quando entregarmos as armas,
Ajuda-nos a entregar
Também, abertas, as almas,
Que a paz apenas sem guerra
É pouco para todos nós...

Dá-nos a paz que se faz!
Dá-nos a Paz que se dá!

10/05/2007

Escolhas

São trinta anos de viver: neste caminho de incertezas e por quês, aprendi muita coisa. O que antes era uma vida de festas e “futilidades”, hoje se tornou em um observar perene. Nestas andanças descobri que o certo é uma eterna escolha, mesmo que influenciada por fatores coletivos. E é a partir deles que nós moldamos e/ou multamos o amanhã. Felizes são aqueles que experimentam o ar e têm consciência da vida existente.

Datas: para que?

Quantas vezes rejeitei datas e fui incompreendido por não parabenizar ou fazer parte de comemorações. Sempre achei, e justifiquei, que todos os dias deveriam ser comemorados. Sejam casamentos, natais, dia dos pais, crianças e seja lá o que for. Até aniversários – que é uma das poucas datas “verdadeiras” - eu fiz questão de esquecer.

Hoje, com um pouco mais de idade tenho buscado explicações a essa negação. Talvez, de forma inconsciente, tenha rejeitado as datas por ter passado por alguma situação traumática. Talvez não. Também pode ser que devido a minha exacerbada racionalidade eu rejeite esse tipo de sistema (manipulador?). Não sei mesmo.

O certo é que sempre achei que todos os dias deveriam ser comemorados. E quando falo todos os dias não proponho uma festa ou uma vida em função de comemorações e lembranças.

Devemos comemorar quando lembrarmos do ser. Comemorar a alegria do viver. De passar e lembrar do outro com pequenos gestos. Com palavras. Um pequeno e-mail – um email direcionado, seu, sem Re. E por aí vai. Parece ser um pouco utópico, mas sonhar é preciso. Sem ele – o sonho –, não existirá mais esperança.

Difícil é viver contra todo um sistema que lhe oprime.

10/04/2007

A observação perene

Caminhando de mãos dadas ao Infinito estou. Muitas vezes não me dou conta, outras muitas, me pego transbordando de emoção. Neste momento, o medo de sentir é menor: vivo. Desde o primeiro sopro, o caminho apresentado foi à proteção, e hoje, ela não é a melhor opção.

A sensação de gratidão é constante: pelo andar, por respirar, por poder amar. Umas das grandes convicções é a possibilidade de escolha. Nesse contexto, são apresentadas opções, e por mais que se pense que não estão aliadas as outras, estão. A vida é uma só – dentro de muitas outras –, e nesse rizoma, não temos como viver momentos, e sim, Um Todo! Escolhas, escolhas, escolhas. São elas que estarão influenciando nossos (?) próximos passos. E assim a vida vai coexistindo entre muitas, perceptíveis ou não, o que importa é não parar.

Caminhar sim, soltar as mãos, jamais!

Um convite ao pensar

Este blog será a caixa de ressonância do meu pensar. Não existirão regras, sejam elas normativas ou coercitivas. Há mais de ano que ele foi criado e neste período a idéia foi sendo deixada de lado. Hoje ela parece ter um pouco mais de lógica.

Aqui espero encontrar cabeças pensantes e palavras destoantes. Doar o imaterial e absorver idéias (in)constantes. Neste primeiro post o caos do viver só ecoa em meu ser. É uma sensação próxima de estar escrevendo aqui, para o virtual – no sentido daquele que existe somente em potência.

Muita vezes busco sentido ness efemeridade que é o viver – e olhe que não sou descrente de tudo. Tenho ate uma visão próxima dos espíritas – de buscar evoluir e melhorar a cada momento. Todavia, me falta um pouco de clareza para dar continuidade ao respirar – não que eu acredite no carpe diem , longe de mim, muito menos que eu tenha vontade de ceifar minha vida.

Acho que isso é apenas o reflexo da minha tão forte dualidade. Minha não, nossa. Ou você acha que não é dual? Sim, a controvérsia! Mas também não importa, essa é apenas uma questão de visão, de olhar.

Vou parar por aqui, com a sensação que tinha muito mais a falar, mas quem passou tanto tempo sem dizer nada, pode esperar um pouco mais. Finalizo verberando: tudo está nos olhos de quem vê!