10/19/2010

Significantes

Este espaço anda um pouco abandonado, para variar. Não que a importância dele seja pequena, pelo contrário, ele reflete a melhor parte de mim. Muitas das ideias expressas aqui são pulsantes em minha vida.

Apesar disso, escrevo minimamente e dou prioridade a outros instantes. Nos momentos de reflexão, percebo que pouco desses pensamentos são apresentados em palavras no dia a dia – talvez, pela velocidade do existir e pela automatização do cotidiano, não exista espaço para esse tipo de raciocínio. De qualquer forma, são nos atos e em pequenos fragmentos da fala que os encontro.

Sinto falta não apenas de escrever aqui. Os comentários fazem parte do rol engrandecedor deste espaço. São neles que acho, muitas vezes, a amplificação do meu olhar. Eles representam a ressignificação vívica do eu. Local onde as ideias paralelas ganham forma de espiral. No somatório dessas representações, é aqui que desacelero os meus pensamentos e os complexifico em palavras.
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6/30/2010

Ser diferente

Para os olhares rasteiros, o diferente é nominado como insano. Tal discernimento baseia-se na incompreensão dos atos e na mecanização do fato. Nesse contexto, os olhos são os enlouquecedores do ser. A normatização engendra passos letárgicos e, muitas vezes, palpatiza a vida em sociedade. Contudo, viver é o mais importante, afinal, a verdade não me pertence.
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6/19/2010

Desejos no depois

Tenho uma relação suspeita com o desejo. Geralmente desconheço a sua origem e indago-me sobre o seu nascedouro. Será que os desejos omitidos do hoje esperam o amanhã para cobrar a sua materialização? Acredito que não. Imagino que essa seja uma relação de escolha e aceitação. Com esse vislumbre, teremos tranquilidade para lidar com o não no depois.
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6/05/2010

A essência descompleta

Vivencio lugares e nada vejo. A busca é inominada, fugaz. O resultado é uma crença voraz de um descrente. Neste meio tempo, tenho corroído a parte concreta de mim. Vivo.

Com pensamentos e palavras próximas, a inspiração deste post veio do Dias genéricos.

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5/30/2010

Responsabilização reflexa

Desnudo de significados, o homem se apresenta à vida. Nesse momento, o primeiro sopro representa a abstração vívida. São os instantes, sequenciais ou fragmentados, os consolidadores do eu. Durante esse percurso, a formação aflora com o passar dos segundos. São neles que residem nossa responsabilidade nas ações do outro. O ser-presente, de olhar automatizado, adormecido pela engrenagem existencial, digere seus pares nos atos do agora. São juízes vorazes. Classificadores momentâneos, esquecem-se da sua co-autoria nos fatos.
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5/23/2010

Percepções do agora

Com argumentações nem sempre elucubradas, tenho exposto de forma veemente minhas posições. Muitas vezes erradas, não sei, eivadas de posições egocêntricas. Outras, dentro da minha lógica, com pontualidades vividas. São certezas inconstantes metamorfoseadas pelo tempo.

No emaranhado individualizante, tenho perdido forças e me distanciado das certezas do agora. Largo este momento e entro noutro universo, onde jaz o silêncio. Viro um suspeito de mim mesmo para acomodar um novo instante. Os resultados são imprevisíveis, contudo, vivenciar-los-ei.
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5/06/2010

Intervalos de certezas

Há três meses morando em Salvador, tenho vivo intervalos de certezas. Diferentes de todas as outras experiências, tenho vivenciado dias caóticos. O impacto cultural aliado à solidão têm aflorado em mim novas percepções. Suspeito que dias de incertezas melhores virão. Porém, antes desses chegarem, transpiro dores inodoras e exalo gritos mudos.
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4/21/2010

A essência que nos escapa

Tenho em mente que o ser humano é divino em essência. Na pior das explicações, a minha verdade reside na incapacidade de discernir a perfeição do homem. As escolhas são tamanhas que não consigo alcançar as possibilidades. Sei que não deveria, mas lamento observar passos cambaleantes, olhares enrijecidos e odores deturpantes. Compreensão? Muitas vezes não há! Esses podem estar presentes em todos os locais, cabe apenas classifica-los. O certo e o errado não é claro.

As automatizações vivenciais são constantes. As mascaras são usadas não como acessório, elas são extensões do corpo e elemento sustentador da vida. Todos precisam das suas? E a verdade, será que existe? Ou seriam verdades relativizadas pelo olhar?

Nos atos rizomáticos e expressões que se entrelaçam, cabe a nossa consciência discernir os próximos passos. A grande dificuldade disso tudo está nos liames da vida. Os caminhos são diversos e as fórmulas ainda não estão prontas. Escolhas, nada mais.
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3/30/2010

Vividos e multifacetados, olhares

Vivo um momento de ampliação da percepção do outro. Apesar de já ter experimentando alguns anos e acumulado alguma experiências com a existência, tenho me surpreendido com algumas atitudes.

A percepção parte da minha observação abnegada da vida. O resultado são lampejos fraquejantes disparados pela ausência de cordialidade. Infelizmente, atos de bondade e afetividade são interpretados como um continuum de interesse. Quanto a mim, faço e refaço, lamentando o meu descompasso.
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3/26/2010

Viva a diferença

As diferenças entre os seres humanos representam o estágio atual em que vivemos. A desigualdade reflete a vida em sociedade. Um caminho para buscar a compreensão desse estado talvez fosse pela perspectiva de extensão do ser. O próximo como complemento do seu eu.

É compreender que naqueles passos existem um emaranhado de vivências e percepções que não abarcamos pela nossas limitações. O resultado, ou o caminho a se buscar, seria a planificação das nossas ações como alternativa à remediação da situação. Entendimentos? Nem sempre há!
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2/07/2010

Ações no amanhã

Tenho percorrido um caminho de paz. Sinto-me agraciado pela sucessão de acontecimentos, um privilegiado pelo Existir. Paralelamente, coexisto e respiro um mundo cheio de dores e odores. Sou arrebatado pela superabundância de sofrimentos. Esta é uma dor pulsante e volátil. Confuso, algo em mim não condiz.
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