Algumas viagens e situações têm me colocado a pensar sobre a percepção e absorção do real. Voltar à cidade onde nasci me fez pensar como as imagens ganharam novos significantes. Os aspectos físicos são os mesmos, mas tudo ficou diferente: os amigos, as ruas, o verso e a poesia.
Como é difícil listar os motivos dessas mudanças. Pensando num todo, percebo que, nas relações humanas, modificações imediatas são mais impactantes e na maioria das vezes ganham novas dimensões de incompreensão.
Mas se os olhos são os mesmos, por que será que tudo está tão diferente? No meu caso, a resposta reside no objetivo colocado e na percepção de mundo que foi alterada pelo novo instante.
De forma mais abrangente, mas imediata, imagino que os seres evitam esse tipo de questionamento porque complexifica o hoje. O não-pensar dificulta a busca por uma compreensão ampliada das expressividades do ser. O que gera os nossos julgamentos cotidianos.
Ocasionados pela automatização do raciocínio, os julgamentos são uma simplificação do pensamento. O efeito mais imediato é que esses – no sentido de busca de compreensão de determinada atitude do ser – são feitos a partir do reflexo do próprio eu.
Por mais simples e automatizados que sejam, é difícil imaginar a compreensão sem cognição. Então como fazer para fugir das armadilhas do julgar? Talvez a resposta resida na certeza que a sua verdade é uma entre muitas outras e que o depois será acrescido de novas possibilidades.
Longe de ter uma resposta, carrego em mim a dúvida de ter certeza. Este texto é uma pequena representação da miscelânea do meu eu. A cada nova inspiração reconstruo o meu ser, destrocado pelos momentos do existir.
3 comentários:
Você tá sempre em mudança. Em que ritmo não sei, por isso seu olhar pro mundo muda também. :)
Estudeee!
Beijo
Esta metamorfose ambulante!
Eu prefiro ser. assim.
=o*
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